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    Comunicação

    “CAMARADAS, ACOMODAR É UM CRIME!”

    Aproveitar cada segundo da liberdade conquistada, igual a mesa operária aproveita cada pedaço de pão! A liberdade em nosso país nos é tão rara, tão preciosa tão cara que é crime desperdiça-la. Mesmo que ela se apresente assim: tão frágil, tão limitada. Militante comunista, arregala teus olhos, estuda, e diante da ciência, diante da consciência, […]

    POR: Adalberto Monteiro

    3 min de leitura

    Aproveitar cada segundo da liberdade conquistada,
    igual a mesa operária aproveita cada pedaço de pão!
    A liberdade em nosso país nos é tão rara, tão preciosa
    tão cara que é crime desperdiça-la.
    Mesmo que ela se apresente assim:
    tão frágil, tão limitada.

    Militante comunista, arregala teus olhos,
    estuda, e diante da ciência,
    diante da consciência, dá saltos de alegria,
    e convoca uma reunião extraordinária da tua célula,
    e grita aos moucos, aos lerdos, aos cegos:
    "- Camaradas, basta de lamúrias, de coisas miúdas,
    é um crime acomodar-se!"

    Tão cara nos foi esta legalidade,
    tão cara nos tem sido a liberdade.
    Tão cara porque a moeda de comprá-la
    não é ouro nem a prata, é uma moeda líquida
    pelo que sei cunhada apenas na medula.
    Para abrir nas selvas da tirania esta clareira
    quanto sangue nosso se empoçou nos cárceres,
    nas praças, nas matas.
    Quantas mãos que por se unirem
    foram cortadas a vidro, a faca.

    Comete um crime contra a memória dos que tombaram,
    contra a esperança dos que nasceram,
    será tido como fraco e mesquinho
    pelo futuro radioso que virá,
    aquele que ao usufruir da liberdade
    nela se deita e se acomoda;
    aquele que por ser incapaz de acertar os ponteiros
    com os relógios da história,
    não entende
    que a revolução
    é obra do agora, do já!
    Aquele que não entende que a revolução
    não é só a explosão da insurreição
    é antes a extração,
    A elaboração da pólvora,
    o detalhe da confecção do estopim.

    Semeia a revolução aquele que diante
    da malha farpada das dificuldades
    investiga, consulta, analisa
    e… realiza o que parecia impossível.

    Edifica a revolução aquele que acorda mais cedo
    e dorme mais tarde;
    aquele que traz a si a tarefa mais difícil
    aquele que vai sepultando o ranço vil
    de egoísmo, da arrogância.

    Constrói a revolução aquele que constrói o Partido,
    constrói a revolução aquele que protege,
    que defende o Partido,
    tal no organismo humano, os glóbulos brancos
    cercam, golpeiam, ceifam o vírus,
    os micróbios que se infiltram
    para adoecer e aniquilar a vida.


    Os Sonhos e os Séculos – Adalberto Monteiro
    Círculo Azul Livros – Goiânia – 1991.

     Adalberto Monteiro, Jornalista e poeta. É da direção nacional do PCdoB. Presidente da Fundação Maurício Grabois. Editor da Revista Princípios. Publicou três livros de poemas: Os Sonhos e os Séculos(1991); Os Verbos do Amor &outros versos(1997) e As delícias do amargo & uma homenagem(2007).

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