A limpeza de final de ano acabou com as baratas. O mês, o ano, ainda não terminou, mas a grana já acabou. Nem começou e acabou meu tempo de paz e pasmaceira, singelamente chamado de férias. Acabei de ler mais um do Saramago. Acabou-se o cortejo com narrativas musicais do pintinho que pia dentro do ovo, meu tio morreu. Acabou a temporada do espetáculo “A mais-valia vai acabar, seu Edgar”, mas, a mais-valia mesmo, quem se arrisca dizer?

      O SONHO DE ACABAR COM ALGUMAS COISAS DURA A VIDA INTEIRA, essa frase estava numa mensagem de natal.

      Uma amiga de Curitiba que costumava dizer que um grande amor nunca se acaba, acabou de se casar, feliz da vida, com um outro que nem estava na história. É, dona Glória, a senhora que durante a minha infância ficava no muro falando da vida alheia, mas que há tempos já morreu, bem poderia dizer alguma coisa sobre a condição humana pra encerrar este ano de 2005, mas, tanta gravidade assim talvez não combinasse com seu precioso estilo de fofoqueira, então, Tchau.