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    Limpo as pontas de meu sapatos das fuligens desse inverno de amor resfriado   Diante do mundo sem varanda sento e tento outra vez horizonte e mar Plantado o poema se repete infenso aviso “não pise na grama” letras de um falso cadafalso   Setembra chuva e entretanto e me escorre um beijo pelas mãos […]

    POR: Redação

    1 min de leitura

    Limpo as pontas
    de meu sapatos
    das fuligens
    desse inverno de
    amor resfriado
     
    Diante do mundo
    sem varanda
    sento e tento
    outra vez
    horizonte
    e mar

    Plantado o poema
    se repete
    infenso aviso
    “não pise na grama”
    letras de um falso
    cadafalso
     
    Setembra chuva e entretanto
    e me escorre
    um beijo pelas mãos
     
    O sangue de meu
    sol
    sistema de ovos
    vermelhos
    desautoriza
    seu cinza

    Grito de plástico
    e amaciante
    há de resistir
    à água ácida
    das gotas
    da tua alma

    O tempo adiposo
    musga os óculos
    Semicego:
    é só força
    muda
    o que enxergo
    na névoa

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