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    Antirracismo

    Escravocratas

    Oh! trânsfugas do bem que sob o manto régio manhosos, agachados – bem como um crocodilo, viveis sensualmente à luz dum privilégio na pose bestial dum cágado tranqüilo. Eu rio-me de vós e cravo-vos as setas ardentes do olhar – formando uma vergasta dos raios mil do sol, das iras dos poetas, e vibro-vos à […]

    POR: Cruz e Sousa

    Oh! trânsfugas do bem que sob o manto régio
    manhosos, agachados – bem como um crocodilo,
    viveis sensualmente à luz dum privilégio
    na pose bestial dum cágado tranqüilo.

    Eu rio-me de vós e cravo-vos as setas
    ardentes do olhar – formando uma vergasta
    dos raios mil do sol, das iras dos poetas,
    e vibro-vos à espinha – enquanto o grande basta

    O basta gigantesco, imenso, extraordinário –
    da branca consciência – o rútilo sacrário
    no tímpano do ouvido – audaz me não soar.

    Eu quero em rude verso altivo adamastórico,
    vermelho, colossal, d'estrépito, gongórico,
    castrar-vos como um touro – ouvindo-vos urrar!

     

    Cruz e Sousa
    Obra completa, 1961

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