Ao participar do evento “A inovação como solução”, organizadas pelo Ministério da Ciência e da Inovação espanhol, Paul Krugman disse que se esgotaram “as ferramentas convencionais” que foram utilizadas para enfrentar a turbulência financeira e acrescentou que os próximos anos “serão especialmente difíceis” e “dolorosos” para a Espanha. Para ele, as “chaves” da recuperação econômica passam pelo desenvolvimento da produtividade e da aposta na inovação.

Krugman duvidou de que os Estados Unidos consigam sair da recessão antes de 2010, como disse o presidente do Federal Reserve (Fed), o banco central norte-americano, Ben Bernanke. Prêmio Nobel da Economia, ele recordou que o Japão “perdeu uma década” para superar a crise. Apesar de em termos técnicos isto poder ocorrer, recuperar os níveis de emprego do início de 2007 é “uma questão muito mais profunda”, segundo ele.

Medida impopular

Segundo matéria publicada pelo site do jornal espanhol El País, o economista disse que “o melhor que poderia ocorrer com a economia mundial seria encontrar ferramentas de inversão” e que o investimento em ciência e tecnologia seria a melhor maneira de fazer isso. Sobre a Espanha, Krugman afirmou que o país se encontra em uma situação especialmente difícil pela combinação de fatores que estão por trás da crise nos Estados Unidos, da bolha imobiliária, e na Europa, da queda da demanda.

“Será doloroso”, resumiu após reiterar sua receita para superar as dificuldades na Espanha: baixar os preços e salários, mesmo sendo “uma medida muito impopular”. “A queda de investimento afeta toda Europa, mas ainda mais a Espanha”, enfatizou. O premiê espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, também presente no evento, descartou cortes nos gastos sociais e destacou que a crise gera oportunidades para realizar a transição para uma economia baseada no conhecimento e na pesquisa. “Não sairemos fortalecidos enfraquecendo o sistema social, mas sim investindo no sistema produtivo”, disse.

Com informações do El País