Apresentar os principais fatos estilizados sobre o esenvolvimento econômico chinês contemporâneo não é tarefa simples. Em primeiro lugar, a velocidade das transformações estruturais e a magnitude das grandezas tendem a ofuscar os analistas.
Tudo parece importante. Em segundo lugar, a China possui inúmeras peculiaridades nacionais, muitas vezes contraditoriamente reunidas por especialistas ocidentais. São muito raras as análises disponíveis feitas por chineses. Em terceiro lugar o debate sobre a China é realizado com altas doses de ideologia. O seu extraordinário êxito econômico ocorrido nos últimos anos significa êxito de que? Do capitalismo? Mas por qual via? Da economia socialista de mercado (como afirmado no 14° Congresso do PCC de 1992)? Ou, mais uma vez, do desenvolvimentismo asiático? Quais foram os mecanismos propulsores deste desenvolvimento? Quais as suas contradições? Um Estado ineficiente e gigantesco como pensa o Banco Mundial, ou, como querem alguns analistas de esquerda, a explosão social eminente de um capitalismo dikseniano que se sustenta na super exploração da força de trabalho? Como sempre acontece nestas circunstâncias, as análises e os fatos escolhidos e examinados acompanham as visões prévias. A quarta dificuldade é de natureza técnica: as estatísticas chinesas apresentam classificações próprias e distintas das ocidentais. Há um reconhecimento, por exemplo, que houve subestimação no deflator do PIB ao longo dos anos 80 fazendo com que a taxa de crescimento fosse superior a efetivamente ocorrida. Assim, explicitada as dificuldades, pretende-se apresentar nestas notas alguns fatos estilizados necessários ao entendimento das forças econômicas motrizes do desenvolvimento econômico chinês.

Faça download do texto completo na coluna da direita