O primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, apresentou com clareza as políticas diplomáticas e de relações exteriores do país no relatório de trabalho do governo, feito no sábado durante a reunião anual da APN (Assembleia Popular Nacional). Ele fez referência à disponibilidade do país para enfrentar, ao lado da comunidade internacional, os riscos e desafios, enquanto também compartilha as oportunidades de desenvolvimento.

"Manteremos o desenvolvimento estável e saudável das relações com as potências, enquanto aprofundaremos a cooperação com os vizinhos e promoveremos o tradicional bom relacionamento com os países em desenvolvimento. Também vamos desenvolver ativamente a diplomacia multilateral, promover as reformas do sistema financeiro internacional, incentivar o crescimento sustentável e equilibrado em nível global, assim como desempenhar um papel construtivo na solução das questões mundiais e cumprir os nossos deveres internacionais."

Em relação às diretrizes da diplomacia chinesa, o ministro Yang Jiechi detalhou:

"Precisamos ter um pensamento tridimensional sobre a diplomacia. Damos ênfase à diplomacia em alto nível, promovemos o desenvolvimento equilibrado da diplomacia entre países e entre regiões, bilateral e multilateralmente. Desenvolvemos em paralelo a diplomacia na política, economia e cultura. Temos que tratar adequadamente as relações entre desenvolvimento pacífico e científico, persistindo na estratégia aberta de benefício recíproco, fazendo com que o nosso caminho de desenvolvimento pacífico se torne cada vez mais amplo."

No atual panorama internacional, palavras como "cooperação" e "competição" são inevitáveis para as relações entre países. Para o ministro Yang Jiechi, a China trata dos relacionamentos com outras nações com base nos cinco princípios e nas normas internacionais. E, frente à competição, deve-se ter uma atitude aberta:

"Defendemos uma competição com a base na igualdade e justiça. Nos opomos à politização nas questões comerciais e à aplicação de critérios duplos e discriminação. Quando se compete, é preciso atender também aos interesses da outra parte, em vez de concretizar somente o benefício para si próprio. Devemos ajudar aos países em desenvolvimento, que, devido a fatores históricos, se colocam sempre em posição desvantajosa na concorrência."

Yang Jiechi salientou ainda que a relação entre a China e os outros países do Bric não é competitiva, mas uma parte importante da cooperação sul-sul. Ele revelou também que líderes do Bric vão se reunir em abril na ilha de Hainan, sul da China.

O termo "tratamento global" é o mais falado no mundo de hoje. Para o ministro, ele é um meio adequado para que a humanidade confronte as ameaças globais de mudanças climáticas e segurança alimentar.

"O conceito do tratamento global é a ampla participação de todos os países com consultas igualitárias e com cooperação de benefício recíproco. A plataforma para uma decisão global será o mecanismo multilateral da ONU e leis, normas e regras internacionais."

Ao falar do relacionamento com os Estados Unidos, Yang Jiechi afirmou que a China se opõe firmemente à venda de armas norte-americanas a Taiwan, e que os dois países devem respeitar-se mutuamente e tratar adequadamente os atritos existentes. O ministro salientou a importância da ajuda mútua e cooperação recíproca com os países europeus. Em relação à vizinhança, destacou a criação em conjunto de um ambiente regional pacífico, estável, aberto e tolerante.

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Fonte: Rádio Internacional da China