O jornalista londrinense Marcelo Eiji Oikawa, que há muitos anos mora em Curitiba, estará na cidade na próxima quinta-feira (feriado), para o lançamento de seu livro "Porecatu: a Guerrilha que os Comunistas Esqueceram", durante a 10ª Jornada de Agroecologia, promovida pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, que será realizada no Campus da UEL.
A cerimônia está marcada para as 19h30, no ginásio do Centro de Educação Física e Esportes.
Marcelo Oikawa cresceu em Londrina e viveu na cidade até o início dos anos 80. Nos anos 70, estudou Jornalismo na UEL e foi um dos coordenadores na região do núcleo de apoio do jornal Movimento, um expoente da imprensa popular de resistência à ditadura militar. Depois, foi o editor chefe do jornal alternativo Fala, Paraná.
Seu livro traz uma extensa pesquisa histórica sobre um importante episódio da história paranaense e brasileira que não tem recebido o devido reconhecimento. Aconteceu a poucos quilômetros de Londrina, e num tempo não muito distante (anos 40/50), mas nem aqui se veem remissões a ele. Foi um marco na luta pela reforma agrária no Brasil.
No livro, Marcelo Oikawa trata do surgimento, naquela região, das mais antigas associações de posseiros do Brasil, que precederam até mesmo as ligas camponesas de Francisco Julião, no Nordeste. A narrativa se detém na participação do Partido Comunista do Brasil nesse movimento. Segundo o autor, "foi nessa região que o Partido Comunista do Brasil – PCB – exerceu pela primeira vez em sua história a prática da aliança operário-camponesa, constante de seus documentos desde os primórdios de sua existência. Foi também ali que se usou pela primeira vez a palavra camponês para designar o trabalhador rural sem terra, arrendatário, colono, ou pequeno proprietário – uma apropriação dos termos paysant e campesino, utilizados na III Internacional Comunista. Porecatu foi um importante fator da equação sempre definida pelos dirigentes comunistas como os problemas da revolução brasileira. Porecatu também levou ao primeiro decreto de desapropriação de terras para fins sociais do país."
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A informação é do Bonde