Nascida em uma família judia estabelecida no bairro do Ipiranga, em São Paulo, Iara Iavelberg sempre foi tida como pessoa muito inteligente e precoce, tendo interesse por diversificadas áreas da vida cultural, além de ser valorizada pela beleza física.

Estudou na Escola Israelita do Cambuci, na capital paulista, casou-se pela primeira vez aos 16 anos e ingressou, em 1963, com 20 anos, na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP, na rua Maria Antônia, para cursar Psicologia. Durante as mobilizações estudantis de 1968, Iara já era psicóloga formada e trabalhava como assistente na própria faculdade.

Mesmo não sendo uma dirigente do Movimento Estudantil naquele ano, mantinha imagem de verdadeiro mito entre as lideranças dos estudantes. Foi militante da Polop, da VAR-Palmares e da VPR, tendo ingressado no MR-8 poucos meses antes de morrer. Na VPR, participou de treinamentos de guerrilha no Vale do Ribeira, interior de São Paulo.

Sua vida foi retratada em livro por Judith Patarra e, parcialmente, também no filme dirigido por Sérgio Rezende sobre Lamarca, baseado em livro de Emiliano José e Oldack Miranda. Em ambos, a versão oficial de suicídio, divulgada pelos órgãos de segurança, é aceita como verdadeira. Na tradição judaica os suicidas devem ser enterrados numa quadra específica do cemitério e com os pés próximos à lápide, não a cabeça como no caso dos outros mortos.

Apenas em 22/09/2003, encerrando 13 anos de ações judiciais mantidas pelos familiares, com apoio do advogado e deputado Luiz Eduardo Greenhalgh, o corpo de Iara foi finalmente exumado e retirado da ala dos suicidas do Cemitério Israelita de São Paulo, na medida em que o Poder Judiciário curvou-se aos argumentos jurídicos ressaltando as inúmeras contradições presentes na versão oficial dos órgãos de segurança, bem como no suspeito desaparecimento de laudos referentes à sua morte