Eu, o Sertão e o Mar

 


Uma estrada de terra teima em existir,
Ainda rasga trechos de chão, ond ´eu menino brincava,
A estrada de terra ficou lá, no meio do mato!
Lá, onde nascem versos e causos,
Lá, onde pisei na terra, onde nascem flores e cereais… .

 


As águas do Rio do Pântano, um córrego,
Que lavavam meus pés descalços
Levaram minhas lembranças… .
Sei que aquelas águas do meu tempo,
Assim como eu, percorreram longos caminhos.
-Talvez já tenham chegado ao mar, tal a distância!

 

 

E eu, pequeno córrego de águas turvas,
Já estou descendo a última encosta;
Já estou ouvindo o marulhar das águas,
Estou chegando; a caminho do mar … .
-Talvez nos encontremos lá!

 

 

   Antônio Carlos Affonso dos Santos – ACAS. É natural de Cravinhos-SP. É Físico, poeta e contista. Tem textos publicados em 7 livros, sendo 4 “solos e entre eles, o Pequeno Dicionário de Caipirês e o livro infantil “A Sementinha” além de três outros publicados em antologias junto a outros escritores.