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    Comunicação

    7. Ampliar as Lutas e a Organização da Juventude

    A transformação do Programa do Partido em realidade viva exige a participação ativa da juventude na frente democrática de libertação nacional. Em consequência do alto índice de mortalidade em nosso país, os jovens de menos de 20 anos de idade constituem mais da metade da população, um quarto do proletariado urbano e um terço dos […]

    A transformação do Programa do Partido em realidade viva exige a participação ativa da juventude na frente democrática de libertação nacional. Em consequência do alto índice de mortalidade em nosso país, os jovens de menos de 20 anos de idade constituem mais da metade da população, um quarto do proletariado urbano e um terço dos trabalhadores do campo. Bastam estes números comparados com os reduzidíssimos efetivos juvenis que temos conseguido mobilizar para a luta contra a terrível situação em que se encontra a juventude, para que se torne evidente a insuficiência do trabalho do Partido entre a juventude. Isto se deve fundamentalmente às tendências sectárias e esquerdistas de nossa orientação política, que só ultimamente corrigimos, mas igualmente à subestimação do movimento juvenil em nossas fileiras, expressão do espontaneísmo, já que significa o abandono das imensas forças que representa a juventude para a luta em defesa da paz, das liberdades e da independência nacional. Se bem que exerça influência em diversos setores da juventude, que tenha concorrido para atrair centenas de jovens para a luta pela paz, pelas liberdades e pela independência nacional, assim como para o movimento comunista, a União da Juventude Comunista está longe de conseguir realizar de maneira que se possa considerar satisfatória ao menos as tarefas que lhe cabem. Isto se deve à falsa tendência ainda vivaz entre os dirigentes da União da Juventude Comunista, de fazer dessa organização uma espécie de Partido Comunista para a juventude, quando deve ser, antes e acima de tudo, uma organização independente e sem partido, dirigente da luta de toda a juventude pelos seus interesses e que facilite à juventude educar-se no espírito da luta de classes, do internacionalismo proletário e do marxismo-leninismo, segundo métodos que lhe devem ser próprios, evitando-se sempre copiar os métodos do Partido. A educação marxista-leninista dos jovens é inseparável da organização de recreações, de festejos, de competições esportivas, de atos culturais, assim como da organização de lutas pelos interesses mais imediatos da juventude.

    A resolução tomada pelo Comitê Central do Partido sobre o assunto em agosto de 1950, não chamou suficientemente as organizações do Partido para a necessidade de dedicar atenção diária e constante ao trabalho entre a juventude. No entanto, cabe a todas as organizações do Partido lutar infatigavelmente pelos interesses da juventude, exercer em toda a parte o papel de dirigente político capaz de dar a toda a juventude uma justa resposta aos problemas que a afligem e de ajudá-la a encontrar as formas de unidade e organização que lhe permitam lutar com sucesso e construir um amplo e poderoso movimento juvenil independente e sem partido.

    Na atual situação de nosso pais, existem todas as condições para uma rápida ampliação das lutas juvenis. Cabe ao Partido apoiar a atividade da União da Juventude Comunista e ajudá-la a unificar e organizar os jovens operários e operárias, a juventude camponesa, os estudantes e os esportistas, através da luta pelas suas reivindicações específicas e de uma participação cada dia maior na luta pela paz, as liberdades e a independência nacional. O Programa do Partido, que levanta todas as principais e mais sentidas reivindicações da juventude, constitui novo e poderoso instrumento que facilitará às organizações do Partido e à União da Juventude Comunista educarem os jovens, ensinar-lhes a necessidade e as perspectivas da luta, facilitar-lhes a descoberta das causas verdadeiras da terrível situação em que se encontram.

    As tarefas acima expostas indicam os principais caminhos que podem e devem ser utilizados pelo Partido visando, unir e organizar as massas para a ação. Como vimos, existem em todos os terrenos condições que permitem avançarmos com rapidez no sentido da criação da frente democrática de libertação nacional. Diante dos crescentes perigos que ameaçam a vida e a segurança do povo brasileiro, que ameaçam a integridade da pátria, é tarefa urgente e imediata, um dever de honra de todos os patriotas brasileiros, como afirma o Programa, lutar pela criação, ampliação e fortalecimento da frente democrática de libertação nacional. Para tanto, o essencial, nas atuais condições de nosso país, é despertar e mobilizar as mais amplas massas e levá-las à luta pelos seus interesses, a fim de que através da própria experiência cheguem a compreender os objetivos do Programa de salvação nacional apresentado pelos comunistas e se disponham a lutar por êle. A ampla frente única anti-imperialista e antifeudal, sem a qual é impossível a vitória das forças patrióticas e democráticas, populares e progressistas, em sua luta pela libertação do Brasil do jugo imperialista e dos restos feudais, só pode surgir como resultado da unificação de tais forças através da própria luta contra a política de traição nacional, de preparação para a guerra, de fome, e de reação do governo de latifundiários e grandes capitalistas. Como organização de amplas forças sociais para a luta pela derrubada do atual governo e sua substituição pelo governo democrático de libertação nacional, será forjada no processo das lutas de massas contra o governo, em defesa da pátria, das liberdades e da independência nacional.

    São numerosos os caminhos que levam à organização das massas operárias e populares em correntes de unidade. Mas, estas, orientadas e dirigidas pela classe operária liderada pelos comunistas tendem todas para o mesmo caudal único que é a frente democrática de libertação nacional. Sua base será constituída pela força indestrutível da aliança operário-camponesa a que virão juntar-se os intelectuais, cientistas, escritores, artistas, técnicos, professores, pessoas de todas as profissões liberais; juntar-se-ão os empregados do comércio, dos escritórios e dos bancos, os funcionários públicos, as pessoas que trabalham por conta própria, os sacerdotes ligados ao povo, bem como os soldados, marinheiros, cabos, sargentos e oficiais das forças armadas. E ainda os artesãos, os pequenos e médios industriais e comerciantes, bem como parte dos grandes industriais e comerciantes, que também sentem a concorrência dos imperialistas norte-americanos e sofrem os efeitos da política econômica e financeira do governo de latifundiários e grandes capitalistas. Todos os que desejam uma pátria livre e poderosa, sejam quais forem suas crenças religiosas, suas filiações partidárias, suas tendências filosóficas, poderão igualmente ser ganhos para o lado da classe operária, para as fileiras da frente democrática de libertação nacional.

    São imensas as forças patrióticas e democráticas de nosso povo, cresce no país inteiro o ódio ao opressor norte-americano. foi rápido o desprestigio do governo de Vargas e o atual governo é constituído pelos piores inimigos do povo e conhecidos agentes do imperialismo norte-americano — depende da atividade dos comunistas saber dar forma ao movimento espontâneo das massas e saber encontrar, procurando aprender com as próprias massas, a justa maneira de unir e organizar todas as forças patrióticas, antiimperialistas e antifeudais, que constituem a maioria esmagadora do povo brasileiro, forjar enfim na própria luta a poderosa e invencível frente democrática de libertação nacional.

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