Folhas mortas de sono

 

Há folhas mortas de sono.

É outono,

então dormem pelas calçadas,

pelos parques.

Ao sabor dos ventos,

sonham que têm asas.

Sonham sonhos verdes,

terras fecundas.
 


Folhas!

Que nunca tenham

pesadelos

[de árvore derrubada].


Que pisadas,

transformem férteis as raízes.

Que possam acordar

todos os anos

em brotos revigorados.
 


Que despertas pela primavera,

rebrilhem sóis e chuvas

em sua doce seiva.


Neste ciclo de vida,

como as lagartas em borboleta,

que as folhas adormecidas

neste sono profundo,

possam despertar

e descobrir que a sua morte

fora apenas um pesadelo


finito de outono.

 

 

Eliana Ada Gasparini – fonte : http://coisasdeada.blogspot.com