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    Comunicação

    Dias e Noites

    Dias e Noites    Sujo de guerra Eu voltei Com meu domínio rendido E uma fé que não é minha, Roubada de torres caídas, Enquanto os outros Levavam a prata De transportáveis relíquias. Ninguém me fez retornar, Eu retornei sem razão, Um demente – Sabor de ferro na boca Disparando o metabolismo Do êxtase. Menos  […]

    POR: Redação

    1 min de leitura

    Dias e Noites 

     

    Sujo de guerra

    Eu voltei
    Com meu domínio rendido
    E uma fé que não é minha,
    Roubada de torres caídas,
    Enquanto os outros
    Levavam a prata
    De transportáveis relíquias.

    Ninguém me fez retornar,
    Eu retornei sem razão,
    Um demente –
    Sabor de ferro na boca
    Disparando o metabolismo
    Do êxtase.

    Menos  me aturdia
    O punho dos violentos
    Do que um deus contrafeito.

    Trançados o linho e a urtiga,
    Eu me deitei sobre eles
    Onde o silêncio é espesso
    E braços e pernas se abrem
    Sem sinônimo de desejo.

    Cheirando a medo
    Disputei
    A palavra amor
    A palavra semente
    Manhã, alma, deslumbre,
    Todas perdi para o frio,
    Viscoso olho
    De onde falava a angústia.

    No consentimento do espelho
    Que faz consentir o rosto,
    Volto a mim e não me acuso.
    Contemplo imagem e semelhança
    Nas águas enganadoras
    E isso é tudo.

     

     

    Mariana Ianelli – TREVA ALVORADA – Editora Iluminuras

     

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