Os Brics – grupo de países emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – consolidaram nesta terça-feria 26 a criação de um banco de desenvolvimento conjunto para financiar projetos de infraestrutura. O banco terá um aporte inicial de 50 bilhões de dólares – cada país contribuirá com 10 bilhões – e irá focar suas ações no financiamento de projetos de infraestrutura, o que representa um desafio direto às sete décadas de domínio do Banco Mundial neste setor.

“Está feito”, declarou o ministro de Finanças da África do Sul, Pravin Gordhan durante a reunião de chefes de Estado do grupo na cidade sul-africana de Durban.

“Fizemos bons progressos, os líderes vão anunciar os detalhes”, acrescentou.

Os projetos a serem financiados deverão beneficiar principalmente a África, um continente onde a China – peso pesado dos BRICS – já está fortemente presente.

O novo banco que surge para competir com o Banco Mundial deverá ser instalada na África do Sul.

Crise mundial

Durante o encontro, também discute-se a possibilidade dos Brics colocarem em um fundo comum uma parte de suas fabulosas reservas de divisas – 4,4 trilhões de dólares, segundo Pretória (deles, mais de dois terços em mãos de Pequim) – para se ajudar em caso de crise conjuntural.

Este fundo comum poderá contar com bilhões de dólares, segundo o diretor do Banco Central brasileiro, Alexandre Tombini.

Essas discussões representam a primeira  tentativa desde a inauguração das cúpulas do BRICS – há quatro anos – que o grupo aborda demandas retóricas para uma ordem global mais igualitária com passos concretos.

A cúpula de chefes de Estado e de Governo do Brics se inicia oficialmente nesta terça-feira 26 à noite e o programa oficial prevê a assinatura de acordos e comunicados à imprensa na quarta-feira.

Juntos, os membros do BRICS contam com 25% da renda global e 40% da população mundial.

Publicado na Agência France Press