Em entrevista realizada em 2009 e editada em 2013 pela equipe do Museu da Imagem e Som de Campinas, João Zinclar falou sobre sua vida, disse que começou a trabalhar como comerciário e depois operário da construção civil na sua cidade natal, Rio Grande (RS).

Aos dezoito anos era encanador industrial e decidiu sair de casa para trabalhar em Cubatão, Campinas, Rio de Janeiro e Salvador.

Em 1976, abandonou a profissão bem remunerada na capital baiana para percorrer o Brasil com o movimento hippie.

No final da década de 70, a luta pela anistia, as greves dos canavieiros em Pernambuco e Alagoas e as mobilizações dos movimentos operários em São Paulo fizeram ele pensar: “tem coisa nova surgindo no Brasil, tá na hora de ver isso mais de perto”.

Em 1981, João Zinclar retomou a vida operária na cidade natal, aprofundou a leitura de jornais e revistas dos movimentos políticos de esquerda, e iniciou a militância, sendo logo recrutado pelo PCdoB que estava na clandestinidade.

Neste período, adquiriu uma câmera fotográfica, frequentou cursos do Foto-Cine Clube Gaúcho e, como membro ativo do PCdoB, recebeu a missão de construir a luta dos trabalhadores em Campinas – SP, onde trabalhou como metalúrgico e foi dirigente sindical entre 1985 e 1990.

De 1990 a 1996, foi diretor de imprensa do Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas, onde conheceu Silvia Ferraro, mãe de Victória.

Em 1996 João Zinclar passou a se dedicar exclusivamente à fotografia das lutas sociais.

Após lançar seu em livro em 2010, estudava alternativas de atuação política e profissional.

João Zinclar pretendia morar com a filha Victoria em 2013, quando faleceu no dia 19 de janeiro, vítima de acidente rodoviário.Suas imagens continuam sendo reproduzidas em publicações na Internet e em materiais impressos dos movimentos sociais.

A militância do operário marxista superou sua ausência física, pois diversas pesquisas sobre a intensa vida política e profissional do fotógrafo João Zinclar foram realizadas ou estão em andamento.