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Manifesto das fundações partidárias

O resultado das eleições de 2014 no Brasil com a reeleição da presidenta Dilma Rousseff revela ao mundo o quanto é possível continuar perseguindo o caminho alternativo ao modelo neoliberal ainda em curso em vários países. Mesmo que contrariasse o desejo de forças internacionais dominantes, o resultado da sétima eleição presidencial pós-redemocratização foi comemorado por todos aqueles que sonham com outro mundo possível.

Simultaneamente, o processo eleitoral também revelou mais uma vez o compromisso maior do conjunto da sociedade com a sustentação e aperfeiçoamento do regime democrático no Brasil. Nada simples, sobretudo, para um País com longa experiência acumulada de autoritarismo e distanciamento do povo das decisões eleitorais.

O protagonismo recente da democracia política tem permitido à frente popular de partidos políticos liderar as bases do novo projeto de desenvolvimento com ampla inclusão social. Sem isso, a recorrente confirmação da vitória eleitoral desde 2002 não se apresentaria possível. 

A começar pela capacidade governamental de enfrentar decididamente a gravidade da crise econômica de dimensão global que mesmo iniciada em 2008 prossegue ainda sem perspectivas de soluções concretas. Com isso, a perversidade de seus efeitos apresenta-se inegável, com menor dinamismo na economia mundial e a proliferação dos sintomas do desemprego e rebaixamento da qualidade de vida da população.

A bárbara realidade verificada atualmente nos países ricos é expressão disso. Nesse sentido que a trajetória do governo brasileiro no período recente ganha ainda mais dimensão, uma vez que a conta da crise jamais foi entregue à população de baixa renda.

Pelo contrário, contata-se que foram justamente os mais de 2/3 de todos os brasileiros com idade acima de 16 anos e detentores de rendimento mensal e que recebem até dois salários mínimos os maiores beneficiários do movimento de ascensão social. A elevação dos rendimentos do trabalho e dos direitos sociais concentrou-se fundamentalmente na base da pirâmide social, especialmente após o ano de 2008, quando o País acumulou o saldo de 11 milhões de empregos.

No restante do mundo houve a destruição de mais de 62 milhões de ocupações, segundo revela estudos da Organização Internacional do Trabalho para o mesmo período de tempo. Da mesma forma, o Brasil terminou sendo um dos poucos países cujos salários cresceram bem acima da variação do custo de vida. 

Por conta disso, a economia brasileira demonstrou ser uma das poucas do mundo a elevar a participação da massa de rendimento do trabalho na renda nacional. Mesmo países de mais rápido crescimento econômico como a China, não alcançaram resultados comparáveis ao do País.

Atualmente, a continuidade do padrão de desenvolvimento com inclusão social requer adicionais requisitos que somente a sustentação do regime político com mais democracia – e não menos – poderá garantir. Nesta quadra que justifica a formação de uma frente de fundações partidárias capaz de construir uma agenda convergente de ações progressistas que valorizem a política democrática, consistente com desafios contemporâneos de consagração da grandeza brasileira em nome do conjunto de seu povo.

Essa construção de uma ampla convergência do campo popular e progressista também é imperativa para enfrentar e derrotar o aventureirismo da direita neoliberal que ao relutar em aceitar a derrota e a soberania das urnas, envereda-se por uma conduta golpista e antidemocrática.

Finalmente, as fundações signatárias transmitem ao povo brasileiro a confiança de que o governo do segundo mandato da presidenta Dilma Rousseff se dará por uma abnegada luta para que efetivamente seja um quadriênio de “mudanças e reformas”. O Ano Novo, 2015, nascerá em nosso país sob o signo da esperança renovada!

Fundação Leonel Brizola/Alberto Pasqualini
Fundação Maurício Grabois
Fundação Perseu Abramo
Fundação Ulysses Guimarães