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    Comunicação

    A nudez dos falocratas

    O homem freudiano respira mal: tem o peito trancado a sete chaves de angústia, e tem na alma muralhas de medo. Nas masmorras dos nervos trancou o cerne do Ser. O falocrata coloca o pênis em um altar, e adora como a um Deus e o vê como domínio muito longe do prazer. No esforço […]

    POR: Brasigóis Felício

    2 min de leitura

    O homem freudiano
    respira mal:
    tem o peito
    trancado a sete chaves
    de angústia, e tem na alma
    muralhas de medo.

    Nas masmorras dos nervos
    trancou o cerne do Ser.

    O falocrata coloca o pênis
    em um altar, e adora
    como a um Deus
    e o vê como domínio
    muito longe do prazer.

    No esforço egolátrico
    de dar a entender
    aos varões assinalados
    que é atleta sexual,
    perdeu a emoção
    da autenticidade.

    Não sabe sentar
    e conversar,
    quanto mais
    amar o mar.

    Só tem palavras
    para vangloriar-se
    de efêmeras façanhas
    feito flatos
    com que inflaciona
    a desordem do mundo.
     
    II
     
    A quem a fala
    ficou no falo,
    falácia de quem
    se compraz
    em ser mendaz
    Mefisto-félico,
    a pretexto de ser
    animal político,
    criatura
    aristotélica
    cartesianamente
    correta
    em só crer
    no que vê: 

    O mistério de quem
    faz do falo
    arma de fogo
    é não ter
    mistério algum
    para mostrar
    ou esconder.
     
    Fica na fraude
    de quem faz pipi
    nas fraldas do Ser
    em seu negar-se
    a saber
    que a fonte
    da juventude
    é a mulher.

     Brasigóis Felício, é goiano, nasceu em 1950. Poeta, contista, romancista, crítico literário e crítico de arte. Tem 36 livros publicados entre obras de poesia, contos, romances, crônicas e críticas literárias.