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    Comunicação

    Eu te saúdo ó França…

    Eu te saúdo ó França arrancada ao terror Entregue à paz ó Nau que vem dos vagalhões País que canta Orléans Vendôme Beaugency Aves da tarde voai ao som dos carrilhões Eu te saúdo ó França olhos de terna pomba Não és nunca demais meu amor meus espinhos Ó França minha rusga antiga e sempre […]

    POR: Louis Aragon

    2 min de leitura

    Eu te saúdo ó França arrancada ao terror
    Entregue à paz ó Nau que vem dos vagalhões
    País que canta Orléans Vendôme Beaugency
    Aves da tarde voai ao som dos carrilhões

    Eu te saúdo ó França olhos de terna pomba
    Não és nunca demais meu amor meus espinhos
    Ó França minha rusga antiga e sempre nova
    Messe de heróis teu chão um céu de passarinhos

    Eu te saúdo ó França onde o vento amainou
    Minha França imortal ó mão toda estendida
    Por tua posição ao sopro do oceano
    Para as aves do mar terem pouso e guarida

    Eu te saúdo ó França onde a ave que se arrisca
    De Lille à Roncevaux do Mont-Cenis ao mar
    Pela primeira vez aprendeu a lição
    De quanto é bem custoso um ninho abandonar

    Gentil pátria comum da pomba ou do falcão
    Que abrigas por igual o canto e o destemor
    Eu te saúdo ó França onde o trigo e o centeio
    Ao sol da diferença abrolham com vigor

    Eu te saúdo ó França onde o povo é capaz
    Desse labor que torna o dia arrebatado
    E o forasteiro vem saudá-lo na cidade
    Paris meu peito em vão três anos fuzilado

    Ditosa e forte enfim como cendal envergas
    Este arco-íris que sela uma eterna bonança
    Liberdade a fremir no silêncio das harpas
    As vagas da tormenta, hás de vencer ó França
     

    Antologia da Poesia Francesa (do século IX ao século XX)
    Organização: Cláudio Veiga
    Editora Record – edição 1991