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    Comunicação

    Soneto

    – “Ora (direis) ouvir estrelas! Certo Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto, Que, para ouvi-las, muita vez desperto E abro as janelas, pálido de espanto… E conversamos toda a noite, enquanto A vida látea, como um pálio aberto, Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto, Inda as procuro pelo […]

    POR: Olavo Bilac

    1 min de leitura

    – “Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
    Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto,
    Que, para ouvi-las, muita vez desperto
    E abro as janelas, pálido de espanto…

    E conversamos toda a noite, enquanto
    A vida látea, como um pálio aberto,
    Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
    Inda as procuro pelo céu deserto.

    Direis agora: – “Tresloucado amigo!
    Que conversas com elas? Que sentido
    Tem o que dizem, quando estão contigo?”

    E eu vos direi: – “Amai para entendê-las!
    Pois só quem ama pode ter ouvido
    Capaz de ouvir e de entender estrelas.”

     

    Cancioneiro do Amor – Os mais belos versos da poesia brasileira
    Antologia organizada por Wilson Lousada
    Livraria José Olympio Editora – 2ª edição, 1952

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