Adalberto Monteiro declama poema “A meu Partido”

A data foi comemorada com uma singela homenagem promovida pela Escola Nacional do PCdoB, no transcorrer do “Curso Nível III” que se realiza na cidade de Guarulhos (SP). O evento teve início com Adalberto Monteiro, secretário nacional de Formação e presidente da Fundação Maurício Grabois, declamando seu poema “A meu Partido”, com o qual Dynéas Aguiar diz ter grande identificação.

Em seguida, Walter Sorrentino, secretário nacional de Organização, fez uma saudação especial, em nome do Secretariado Nacional do PCdoB. Comentou, inicialmente, que era uma felicidade muito grande ver a Escola Nacional do Partido fazendo a homenagem pelo papel que Dynéas Aguiar sempre teve na formação da militância comunista. “Devemos homenagear as pessoas com as quais aprendemos tanto, porque serve não só nem talvez principalmente ao homenageado, mas a todos nós, na forma de lições que nos são legadas”, afirmou.

Walter Sorrentino fala em nome do Secretariado Nacional do PCdoB

Segundo Walter Sorrentino, no caso de Dynéas Aguiar suas lições são muito concretas nesse sentido. “Nossos sucessos são os do Partido. Nunca predominam o individualismo ou o reconhecimento apenas individual. A gente se reconhece nas vitórias do Partido”, destacou. Segundo ele, na geração de Dynéas Aguiar essa característica se materializou de forma marcante. Walter Sorrentino citou alguns exemplos da retidão de caráter e o compromisso com o Partido de Dynéas Aguiar — entre eles o comportamento disciplinado quando decidiu deixar o trabalho de direção e se dedicar à militância em Campos do Jordão, interior paulista.

Na cidade, Dynéas Aguiar se fez líder, atuando como secretário municipal de Cultura e vice-prefeiro prestigiado e querido, lembrou Walter Sorrentino. “De onde provém essa força de Dynéas? Como se forjou? Como pode se manter até os 80 anos atuais? Como pode se forjar nos quadros nas condições atuais?”, indagou. “Consciência, em primeiro lugar. Consciência histórica, revolucionária, compromisso integral com ela. No caso de Dynéas, foi essencialmente a de um autodidata. Sempre estudou o marxismo e sempre manteve uma visão estratégica do projeto partidário, o que está na base de seus compromissos e coerência”, respondeu.

Walter Sorrentino comentou que a consciência teórica nem sempre se transforma em compromisso ideológico maduro. “Dynéas o forjou em condições outras, até extremas, próprias de seu tempo de jovem: o Partido em primeiro lugar, até com o preço da vida se necessário. Foram forjados sempre a partir da condição de militância. O ideal do Partido como caminho. Isso significa o compromisso estratégico com a corrente comunista”, afirmou. “Singelamente, esta é a homenagem, apesar do registro pessoal, que lhe é prestada pelo Secretariado Nacional do Partido, de nossa Escola Nacional, de toda a direção estadual do PCdoB. Dynéas Aguiar: você é muito importante para nós. Obrigado por seu exemplo”, concluiu.

Walter Sorrentino, Renata e Dynéas Aguiar

Em seguida, a aluna Renata, representando a União da Juventude Socialista (UJS), entregou uma placa com a homenagem do Secretariado do Partido a Dynéas Aguiar. Nádia Campeão, presidente do PCdoB no Estado de São Paulo, entregou um livro de Eric Hobsbawm, com o título “Como mudar o mundo”, ao homenageado. A seguir, a palavra foi passada para Dynéas Aguiar.

Nádia Campeão entrega livro de Eric Hobsbawm a Dynéas Aguiar

Fez uma rápida retrospectiva de sua militância, iniciada na década de 1940, e relatou alguns fatos relacionados às lutas que se travavam na época, em espacial a defesa do petróleo nacional. Dynéas Aguiar lembrou que se aproximou do Partido após tomar conhecimento da luta revolucionária dos camponeses no México, que por falta de uma compreensão de como dirigir a tomada do poder acabou perdendo a direção do movimento. Segundo ele, ao tomar conhecimento da letra da Internacional se impressionou com a passagem em que os autores diziam que todos são iguais e não precisam de senhores e de chefes supremos.

Dynéas Aguiar disse que se formou na militância comunista com o ideal da transformação em uma época de predominância das teses revolucionárias, impulsionadas pela vitória das forças progressistas na Segunda Guerra Mundial. “Queríamos a transformação, outro mundo, outra sociedade”, afirmou. Lembrou que em toda sua trajetória o Partido lutou por mudanças estruturais e almeja o poder para criar as condições necessárias à realização dos anseios do povo e da nação brasileira.

Dilar, João Pedro, Dynéas Aguiar, Camilla, Elisa (Tininha) e Jeffersson

No encerramento do seu pronunciamento, Dynéas Aguiar disse que estava em família. E citou a presença dos filhos, Dilair, Elisa (Tininha); dos netos, Camilla e João Pedro; e do genro Jefferson. Agradeceu a homenagem, dizendo que o perigo maior para o militante comunista é ele se ufanar e achar que as coisas acontecem por causa dele. Aproveitou o momento para comentar a campanha da mídia que derrubou Orlando Silva — presente no evento — do Ministério do Esporte, segundo ele um “ataque estúpido, violento e besta”. Concluiu dizendo que os comunistas se renovam estudando e que continua disposto a trabalhar no que for preciso para cumprir as tarefas do Partido.