Lula começou seu discurso relembrando manchetes de jornais e comentários que criticavam o programa Bolsa Família como programa que geraria mendigos, criaria vagabundos ou seria uma ilusão, uma tragédia social. Ele afirmou que os dados apresentados pela ministra Tereza Campello mostram que estas suposições eram falsas e, muitas vezes, fruto de preconceito. “É mais difícil vencer o preconceito do que vencer a fome (…) Há quem não se conforme de ver os pobres tornarem-se cidadãos mais conscientes de seus direitos”.

O ex-presidente ressaltou ainda que muito foi feito, mas que os séculos de desigualdade no país não podem ser vencidos rapidamente. “Este é um programa que acaba de completar 10 anos, num país onde a injustiça vem de cinco séculos”. Para Lula, a relação entre o Bolsa Família e o crescimento econômico do Brasil é fundamental. “A microeconomia é um dos motivos de sermos reconhecidos no mundo pela nossa macroeconomia”, ressaltou.

E terminou: “Foi para isso que fomos eleitos, querida presidenta Dilma. Para mostrar que um outro Brasil é possível”.

Dilma ressaltou que “o Brasil tornou-se mais Brasil depois do Bolsa Família” e afirmou ser Lula o “autor e inspirador de tudo isso”. Para a presidenta, o grande mérito do programa é abrir uma porta de oportunidades para milhares de brasileiros. “O Bolsa Família nunca veio para ser uma porta de saída da miséria uma porta de entrada num mundo de oportunidade e esperança”.

Ela também afirmou que as críticas ao programa não farão com que ele seja diminuído e ressaltou: “Ninguém que governou de costas para os pobres pode criticam o que fizemos no combate à pobreza”.

Resultados individuais, na vida de cada pessoa, e também coletivos, que refletem em todo o país, são as óticas complementares pelas quais se pode olhar os efeitos do programa. E a presidenta ressalta. “Sob qualquer ótica que se analise os resultados alcançados nesta década, eles são extraordinários”.

“Basta de achismo, vamos aos dados”

“O Bolsa Família não existiria se não houve a decisão política de destinar recursos aos mais pobres”, começou a ministra do desenvolvimento social e combate à pobreza, Tereza Campello. Ela ressaltou que os recursos destinados ao programa representam 0,46% do Produto Interno Bruto do país, mas os efeitos são imensos.

A ministra afirmou que, depois de uma década de existência, não é mais necessário se basear em achismos e suposições, pois há dados, estatísticas e prêmios concretos que mostram os resultados do programa. Campello apresentou dados dos três objetivos principais do Bolsa Família: a diminuição da pobreza e as melhorias na educação e na saúde para seus beneficiários.

“99,1% das crianças do programa são vacinadas”, afirmou a ministra, que também do importante impacto do Bolsa Família na diminuição da desnutrição. Na educação, os dados mostram que a taxa de abandono escolar dos beneficiários é menor que a média geral em todas as etapas do ensino básico. O programa Bolsa Família teve impacto imediato na diminuição da extrema pobreza no Brasil e com a criação do Brasil sem Miséria, em 2011, essa redução chegou a 89%.