Hegemonia dos EUA no novo século é questionada em novo lançamento de Cristina Pecequilo
A Editora Campus Elsevier lançou duas novas obras em seu catálogo de Relações Internacionais, “A Projeção Internacional do Brasil- 1930 a 2012″ de Paulo Fagundes Visentini e “Os Estados Unidos e o Século XXI” de Cristina Soreanu Pecequilo.
Veja a resenha dos livros abaixo:
OS ESTADOS UNIDOS E O SÉCULO XXI, de Cristina Soreanu Pecequilo
Entre a crise e a prosperidade, a paz e a guerra, os Estados Unidos emergiram em 1945 como a potência hegemônica e tornaram o Século XX, sinônimo de um Século Americano. Superpotência restante desde 1989 com a Queda do Muro de Berlim, os Estados Unidos continuam afetando de maneira profunda as relações internacionais e a política global. Seja por sua força militar e ideológica, ou por suas contradições econômicas e sociais, a nação norte-americana permanece como símbolo de esperança e sucesso, mas ao qual se impôs, de forma decisiva, a vulnerabilidade depois dos atentados terroristas de 11/09/2001. Diante desta realidade, um país polarizado entre a tradição e a renovação encontra-se diante de um complexo reordenamento de forças nacionais e internacionais no qual as nações emergentes se encontram em ascensão, as potências tradicionais em crise e os temas globais, do meio ambiente, aos direitos humanos e ao comércio e à segurança em expansão. E, das Américas à Europa, atravessando a Ásia, e chegando as organizações internacionais multilaterais, pode-se perguntar, será o Século XXI, ainda, um Século Americano?
A PROJEÇÃO INTERNACIONAL DO BRASIL 1930-2012, de Paulo Vizentini
A cultura política brasileira construiu a imagem do “Gigante adormecido” e do “País do futuro”, que convivia com uma condição dependente e periférica no sistema mundial, uma economia atrasada e um complexo de inferioridade diante das “nações desenvolvidas”, que serviam de modelo. O país agrícola de dimensões continentais durante a Colônia, o Império e a República Velha do Café, transferiu seu vetor externo da Europa para os Estados Unidos, mas manteve uma acanhada diplomacia de âmbito regional. A industrialização, contudo, mudou, gradativamente, a agenda internacional do país e o alcance de sua política externa. Entre avanços concretos e projetos frustrados, finalmente na passagem do século XX ao XXI, o Brasil parece ter alcançado a posição de “potência emergente”, com uma economia em expansão e uma projeção mundial reconhecida pelas potências tradicionais.
A formação social e nacional brasileira teve sua origem na expansão europeia dos séculos XV-XVI, através da “descoberta” e colonização portuguesas. Durante quase quatro séculos a inserção internacional da região processou-se através das potências europeias, inicialmente por meio do mercantilismo português e, posteriormente, via liberalismo inglês. Na passagem do século XIX para o XX, contudo, o eixo da diplomacia política e econômica do Brasil voltou-se para os Estados Unidos, limitando-se predominantemente ao âmbito hemisfério. Tal situação alterou-se a partir da Grande Depressão, com uma industrialização que gerava atritos crescentes com os EUA.
Desde o início dos anos 1960, na esteira do desenvolvimento industrial, a política exterior brasileira voltou-se para a busca de novos espaços, através da mundialização e da multilateralização. Sob os efeitos da “globalização”, no final do século XX o país passou a valorizar os espaço regional latino-americano, através do Mercosul, mas sem renunciar às relações com alguns dos espaços planetários anteriormente atingidos. Finalmente, no século XXI, a projeção internacional do Brasil alcançou uma dimensão realmente planetária, com uma economia internacionalizada, uma política propositiva e proativa, e uma presença diplomática que se encontra na fase de abertura de Embaixadas nos distantes países-arquipélago do Oceano Pacífico. Com uma leitura aprofundada e lúcida da realidade, o Professor Paulo Visentini traça um panorama único da projeção internacional brasileira debruçando sobre o passado, mas olhando atentamente às perspectivas do futuro.