Tem enorme importância para a economia nacional o desenvolvimento do transporte e das comunicações. O equipamento técnico do transporte cresceu durante o 5º Plano Quinquenal. Melhoraram a organização do trabalho e a exploração dos meios de transporte. Foram cumpridas com êxito as tarefas assinaladas pelo XIX Congresso do Partido no que se refere ao transporte de cargas ferroviário, marítimo e rodoviário.
Ao constatar estes êxitos deve-se reconhecer que o transporte ferroviário atrasou-se no aspecto técnico. Funciona, no fundamental, sobre a base da tração a vapor, ainda que, como é sabido, esta é pouco econômica devido a que seu coeficiente de rendimento é de 4 ou 5%, enquanto que o da tração elétrica eleva-se a 16 ou 18%.
A passagem do tráfego ferroviário à tração elétrica permite aumentar verticalmente a capacidade de transporte das linhas férreas e melhorar as condições de exploração do transporte. Com a tração elétrica, o consumo de combustível se reduz a 1/3 ou a 1/4, comparado com a tração a vapor. Segundo dados da Comissão do Plano do Estado e do Ministério de Vias de Comunicações da URSS, a passagem à tração elétrica na linha Moscou-Vladivostok permitirá economizar não menos que 18 milhões de toneladas de carvão e reduzir os gastos de exploração em mais de 2.700 milhões de rublos por ano em relação à tração a vapor. Os cálculos mostram que as inversões de fundos básicos na eletrificação desta linha podem ser amortizadas em não mais de 4 anos.
Apesar de toda a importância e da necessidade disto os dirigentes do transporte ferroviário, longe de lutar pela eletrificação, nem sequer empregaram integralmente os recursos destinados a estes fins. No último quinquênio foram eletrificados no total 2.267 quilômetros de linhas férreas, o que representa 58% da tarefa assinalada no plano. Durante todo o quinquênio, ano após ano, o Ministério de Vias de Comunicação não utilizou plenamente os meios que lhe foram destinados para obras básicas nos planos anuais. Os dirigentes do Ministério dão prova de evidente conservantismo nas questões da reconstrução técnica do transporte.
A eletrificação das ferrovias representa um elo importantíssimo da reconstrução técnica do transporte ferroviário e de seu desenvolvimento na base da técnica mais moderna. Tendo em conta a enorme importância desta questão para a economia nacional o Comitê Central do Partido adotou há pouco a decisão “Sobre o Plano Geral de Eletrificação das Ferrovias”, calculado para 15 anos. Este plano prevê a eletrificação de linhas férreas numa extensão total de 40 mil quilômetros. (Aplausos.)
Para aumentar o equipamento técnico do transporte ferroviário tem grande importância, além da eletrificação das ferrovias, a rápida substituição das locomotivas a vapor por locomotivas Diesel. Na atualidade são completamente insuficientes o volume de produção de locomotivas Diesel e a potência das mesmas. Por isso, o C.C. do PCUS e o Conselho de Ministros da URSS adotaram em setembro de 1955 a decisão de reorganizar uma série de empresas , de construção de maquinarias para o transporte a fim de dedicá-los à produção de locomotivas Diesel.
A capacidade de transporte das ferrovias aumentará com a ampliação do uso de locomotivas elétricas e locomotivas Diesel, com a melhoria das linhas, a automatização e a centralização da direção do movimento e com a aplicação de outras medidas.
É necessário ampliar ao máximo o transporte de carga por via marítima e fluvial, cujo volume no total da circulação de cargas do país representa somente 12%, o que é absolutamente insuficiente.
Deve desenvolver-se em ritmo mais rápido o transporte aéreo e por oleodutos.
Nos anos do 5º Plano Quinquenal, a circulação de cargas pelo transporte rodoviário aumentou em mais do dobro. Mas isto é pouco. O transporte rodoviário dispõe de imensas reservas não aproveitadas. Um dos defeitos mais sérios de que padecem é sua incrível disseminação. Em nosso país surgiram numerosos parques diminutos de transporte rodoviário aos quais se aferram com todas as suas forças os dirigentes de muitas empresas e instituições. Basta dizer que 85% dos parques de transporte rodoviário não têm mais do que 10 veículos. Nisto reside a causa principal de que no ano passado, por exemplo, permanecesse inativa quase a metade dos caminhões e de que o restante fizesse vazio a metade de seu percurso. É preciso terminar com semelhante atraso, é preciso concentrar e unificar os parques do transporte rodoviário, o que terá grande resultado econômico. É necessário ampliar ao máximo a construção de estradas.
É preciso assinalar igualmente que se cometem verdadeiros desperdícios no aproveitamento dos automóveis. Segundo o hábito estabelecido, se colocam carros oficiais a disposição de determinados funcionários. Costuma acontecer que o funcionário em questão não tem necessidade de ir a parte alguma e o automóvel que lhe foi destinado permanece parado. Não obstante, são mantidos um ou dois choferes de plantão e o correspondente pessoal de serviço. Devemos implantar resolutamente os princípios socialistas no que a isso se refere e liquidar o sistema de colocar carros oficiais a serviço exclusivo de determinados funcionários, limitando rigorosamente o número de tais veículos. Para atender aos funcionários das instituições deve haver parques com automóveis de serviço providos de contador (taxímetro). Isto é tanto mais necessário porquanto no futuro continuará aumentando a fabricação de automóveis e, a persistir o velho sistema aumentará mais ainda o pessoal de serviço, já numerosíssimo, o que é absolutamente inadmissível. Como é natural nos casos justificados terá que se manter carros oficiais de serviço pessoal, mas procurando fazer com que os funcionários a cuja disposição se achem tais automóveis aprendam a dirigir eles mesmos. O problema de pôr ordem no funcionamento do transporte rodoviário está colocado há tempo e é preciso resolvê-lo, rompendo a resistência dos burocratas. Assim o exigem os interesses de nosso Estado Socialista. (Aplausos.)
Durante os últimos anos conseguiu-se uma certa melhora do trabalho das comunicações. Entretanto, o nível de desenvolvimento dos meios de comunicação, particularmente das linhas de teletipo, do foto-telégrafo e da televisão não satisfaz ainda às necessidades da população e da economia nacional. É preciso desenvolver e aperfeiçoar com maior tenacidade os meios de comunicação à base das novíssimas conquistas da ciência e da técnica.